Reitor anuncia: recursos destinados à UFSJ são insuficientes para cobrir as despesas em 2024, mas início das aulas está mantido

Publicada em 07/02/2024

Em coletiva na tarde desta quarta, 7 de fevereiro, o reitor Marcelo Andrade e o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Renato Vieira, detalharam a situação orçamentária e os recursos financeiros que a UFSJ terá para trabalhar em 2024.

Em função de o orçamento aprovado pelo Congresso Nacional ter reduzido ainda mais o repasse de verbas para as universidades federais, a UFSJ não tem recursos para cumprir todas as despesas em 2024. “A projeção que temos é de R$ 22 milhões de déficit para este ano”, afirmou Marcelo. “Podemos não ter recursos para todas as atividades até o final do ano, o que compromete, principalmente, os gastos com custeio, ou seja, aqueles necessários para o pagamento de água, luz, contratos de limpeza, vigilância, terceirização em geral, bolsas e assistência estudantil.”

Renato Vieira, reforçou que “o orçamento aprovado para 2024 é absolutamente insuficiente para o funcionamento da UFSJ. Atualmente, precisaríamos, para a manutenção das atividades mínimas, de R$ 76 milhões, com os reajustes da inflação. Na lei orçamentária, recebemos R$ 54 milhões de custeio”, destacou o pró-reitor.

Em função dos cortes, Marcelo anunciou que “teremos que restringir contratos e rubricas para conseguirmos chegar em agosto preservando o funcionamento da UFSJ.” Com relação aos cortes na contratação de terceirizados, o reitor explicou que haverá redução em todos os campi. “Estamos tentando preservar o maior número de empregos, trabalhando para saber o que poderemos manter ou não. Ainda não temos esse número definido.”

Outra questão em debate foi o aumento ou não do preço do RU. Essa pauta vai para discussão na Comissão de Assistência Estudantil (ligada à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis), para que o valor da alimentação possa ser revisto, já que, “quanto menos recurso se tem, menos é possível esse repasse.”

O reitor disse também que as atividades fim – ensino, pesquisa e extensão – serão mantidas. Assim, o retorno às aulas permanece agendado para 4 de março. “É a nossa resistência e não vamos prejudicar os alunos. Vamos lutar juntos. O que não falta é esperança e força para revertermos essa situação. Nossa luta maior é para preservar e levar nossas instituições federais de ensino ao patamar de reconhecimento que elas merecem”, ressaltou.

A situação, segundo Marcelo, é dramática em todas as universidades. A Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) está se esforçando para buscar saídas. “O ministro da Educação e o Congresso sabem da situação e todas as comunidades acadêmicas vão trabalhar nesse sentido, mas dependemos de uma ação que é externa às universidades”, finalizou.

A coletiva foi transmitida ao vivo pelo canal da TV UFSJ no YouTube, e pode ser assistida neste link.
 


Foto: Gabriela Lima
Estagiária ASCOM